domingo, 1 de abril de 2012

Capacidades e habilidades motoras II....

O elemento central no processo de aprendizagem escolar é a transmissão do conteúdo a ser ensinado, no caso da Educação Física, muito se discute a cerca dos métodos, entretanto merece a mesma atenção o momento ideal para a sistematização do aprendizado. As atividades físicas nas escolas desenvolvem a agilidade, coordenação, flexibilidade, potência muscular e resistência cardiorrespiratória, sociabiliza e melhora o rendimento escolar, no entanto a grande dúvida que surge é como direcionar os corretos estímulos as determinadas fases de desenvolvimento da criança e do adolescente. É preciso prestar atenção em alguns aspectos.
A partir da teoria de estágios GALLAHUE fica claro que o desenvolvimento é caracterizado por alguns princípios: o da universidade, onde, todos os indivíduos passam pelos mesmos estágios, sendo comuns a toda espécie humana; o da intransitividade em que os estágios são sequenciais e que o desenvolvimento tem uma ordem que não pode ser alterada, podendo o tempo de permanência em cada estágio variar de indivíduo para indivíduo e de cultura para cultura; e por fim, o princípio de hierarquia, em que o estágio subseqüente incorpora o anterior.
A fase pré-escolar deve favorecer ao aluno uma ampla bagagem de movimentos, sem que haja exigência de um padrão ideal, caracterizando assim um sistema totalmente aberto, isto é: neste momento não existe a execução errada. Nesta fase, denominada de estimulação motora, o padrão de movimento deve ser tomado apenas como estímulo para que a criança construa seu próprio plano motor. Atividades básicas de deslocamento, equilíbrio, esquema corporal, relação espaço-temporal, entre outras são próprias e devem, preferencialmente, ser apresentado em formas jogadas, tipo de jogos de imitação e perseguição.
Fase universal abrange dos 6 aos 12 anos, a freqüência das atividades não deve ultrapassar três vezes na semana, para não interferir em outro interesse e necessidade que a criança possa manifestar. Conforme Greco & Benda (1998) nesta fase a criança encontra com as habilidades básicas de locomoção, manipulação e estabilização em refinamento progressivo, podendo assim, participar de um numero maior e mais complexo de atividades motoras. Colocam que as crianças de 6-8 anos devem trabalhar com jogos de perseguição, estafetas, dentre outros. Já com crianças de 8-10 anos, pode-se começar a desenvolver jogos coletivos, através de pequenos jogos (reduzidos), jogos de iniciação, grandes jogos e em alguns casos, jogos pré-desportivos. É importante ressaltar que o processo de ensino-aprendizagem-treinamento das capacidades físicas nesta fase, deve, impreterivelmente, estar adequado ao nível de desenvolvimento e de experiência da criança que MARTIN
(1991) denomina de “fases sensíveis”.
A fase de orientação que se inicia por volta dos 11-12 anos e abrange até os 13-14 anos. A freqüência recomendada é de 3 encontros semanais. Segundo Greco & Benda (1998), é neste momento que inicia a automatização de grande parte dos movimentos, liberando a atenção do praticante para a percepção de outros estímulos que ocorrem, simultaneamente, à ação que está sendo realizada. Partindo do nível de rendimento alcançado na fase anterior, deve-se procurar o desenvolvimento e aperfeiçoamento das capacidades físicas e técnicas observando quais são as exigências que se apresentam em cada um nessa fase. Aqui o jogo em qualquer forma de organização (jogos de iniciação, pré-desportivos, grandes jogos, jogo recreativo, entre outros), tem um sentido recreativo, porém possui um alto valor educativo, pois serão estabelecidas as bases para uma “ação inteligente”.
Fase de direção por volta dos 13-14 anos e abrange os 15-16 anos. Pode-se começar com o aperfeiçoamento e a especialização técnica em uma modalidade desportiva. É importante destacar a necessidade de que o jovem realize e participe de duas ou três modalidades esportivas, preferentemente complementares, ou seja, daquelas nas quais não existam fatores que possam interferir no processo de transferência de técnica. Destaca-se a importância do processo de ensino-aprendizagem-treinamento, onde varias modalidades esportivas sejam oferecidas à criança, e não a “escolinha” de um único esporte ou atividade repetitiva nas “temporadas” ou na aula de educação física formal que levam à especialização precoce e não permitem concretizar o princípio da “variabilidade da prática”, conceito que é de fundamental importância para o desenvolvimento de habilidades motoras e do treinamento técnico-tático. Dentro das atividades educacionais ma escola, o esporte deve ser orientado para a participação, a integração e a sociabilização.

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Quem sou eu

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Formado em E.Física pela U.F.V.(95), especialista em treinamento desportivo (UGF/02), Mestre en ciencia del deporte (Facultad de Cultura Fisica de Matanzas-Cuba/2011). Apaixonado pelos estudos e investigações que envolvem as Ciências do esporte. Coordenador Técnico da Bioforma Academia & Personal Trainning ( João Monlevade). Professor da E.M. Cônego J. Higino de Freitas.