A
superdotação é um fenômeno que desperta bastante interesse por parte de
pesquisadores e por mais que possa ser polêmico destacar tal condição nas escolas,
esta condição sem dúvida encanta a qualquer professor.
Segundo
Alencar (2001), na atualidade tem ocorrido um interesse crescente pelo
superdotado ou talento, termo que em vários estudos é utilizado como sinônimo. Pode
ser denominado talento aquele que se destaca por uma habilidade superior ou inusitada
para uma pessoa de sua idade, ou por um desempenho excepcional, reflexo de suas
habilidades e aptidões.
Segundo
as Leis de Diretrizes e Bases do Conselho Nacional de Educação Especial, são
consideradas crianças superdotadas e talentosas as que apresentam notável
desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer dos aspectos, isolados ou
combinados: capacidade intelectual superior; aptidão acadêmica específica;
pensamento criador ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para
artes visuais, artes dramáticas e música e capacidade psicomotora. Renzulli
(1986) propõe uma definição de superdotação é baseada na concepção dos
três-anéis, que sugere o entrelaçamento de três fatores: habilidade acima da
média, envolvimento com a tarefa e criatividade. Cada um desses fatores exerce um
papel importante na identificação de comportamentos superdotados.
Para
se explicar o desenvolvimento humano, pode-se recorrer a três hipóteses ( La
Taille,1984) a primeira delas afirma que as características comuns dos
individuos estão pré-programadas, dependendo quase exclusivamente do processo
de maturaçao. Na segunda hipótese elas são consequência do processo de
aprendizagem, fruto do meio social em que se vive. A terceira baseia-se na
construção realizada pelo ser humano a partir de suas experiências sofrendo
influencia da herança hereditária e do seu ambiente.
Tais
condições motoras e psíquicas atreladas ao comportamento motor presentes no
talento podem estar presentes em algumas pessoas, em determinados momentos e
sob determinadas circunstâncias, portanto o processo de socializaçao sob o qual
a mesma é submetida pode ser de fundamental importancia para o despertar dessas
potencialidades. A confirmação de suas reais potencialidades, a confirmação do
talento, ocorrerão na medida em que suas
relações sociais se tornem mais amplas, seja por meio de mudança de meio ou
atraves de maiores exigências por competitividade. Para que um talento
esportivo escolar se confirme como talento no meio municipal, estadual, nacional e
internacional se faz necessária uma grande mobilização de todos os envolvidos
no processo, a começar pela escola, passando pela família e demais autoridades
envolvidas com o desporto escolar.
A
participaçao de uma criança em competições esportivas depende exclusivamente do
seu estado de prontidão sendo que este se encontra ligado a fatores como
períodos ótimos para aprendizagem, a capacidade de verificação e intervenção do
professor é fundamental para a detecção do momento ideal.
É o
professor que, através do contato diário com o aluno, pode perceber sinais de
um potencial superior e, assim, fazer uma primeira identificação desse
indivíduo. Daí para frente, as relações estabelecidas com esse aluno serão de
fundamental importância para o seu desenvolvimento. Nesse momento, a política
de atendimento adotada pela escola poderá incentivar ou podar esse
desenvolvimento. Programas de enriquecimento, estratégias de ensino e clima de
sala de aula serão marcos na educação do aluno superdotado. Independentemente
de seu potencial, todos os
indivíduos presentes nas
escolas e demais centros de formaçao esportiva devem percorrer
determinadas fases no processo de formação esportiva. Segundo a literatura
(BOMPA, 2001; GRECO, 2000;
WEINECK, 1999) o processo de formação esportiva deve se preocupar com
uma iniciação básica geral que procure desenvolver todas as capacidades e
habilidades motoras básicas, priorizando um trabalho multilateral e variado até
aproximadamente 11/12 anos de idade (início da primeira fase puberal -
pubescência). A fase seguinte seria a especialização ou formação específica que
consiste em treinamento físico, técnico e tático específico para a modalidade
escolhida, a partir dos 13 anos de idade aproximadamente (segunda fase
puberal). A fase de alto rendimento seria a estabilização e aprimoramento dos
aspectos desenvolvidos na fase anterior com o objetivo de performance,
recomendado para a fase final da adolescência. De acordo com Greco
(2000) a confirmaçao do trabalho ocorrerá na
fase de orientação que sob a base da iniciação básica geral, pode-se começar
com a orientação técnica de duas modalidades esportivas, de preferência
complementares. Na fase de direção as crianças e adolescentes que não têm
potencial para o esporte de alto rendimento devem ser orientadas para que o
utilizem como forma de lazer e saúde.